Já ficou mais do que claro o quanto os modelos de liderança de antigamente não funcionam mais para o cenário atual em que vivemos. Numa Era em que tudo se transforma com muita Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade (VUCA), é necessário que os líderes adotem novas abordagens, pensamentos e comportamentos, especialmente neste momento em que vivemos na industria 4.0, ou se preferir, a 4a revolução industrial.
Mas voltando um pouco no tempo…
A 1a Revolução Industrial aconteceu quando se substituíram a força braçal por máquinas a vapor. A evolução trouxe mais qualidade às produções, permitindo que alguns países se desenvolvessem mais do que outros e empresas tivessem um crescimento financeiro.
No ano de 1913, o grande Henry Ford inventou a revolucionária linha de montagem, uma grande inovação para aquela época e que facilitou a produção de veículos em série. Era a 2a grande revolução industrial.
Já a 3ª Revolução Industrial chegou juntamente com a era da internet e a consequente globalização, onde muitas empresas deram um salto gigantesco.
Seguindo com os avanços tecnológicos, surge então a Indústria 4.0, ou se preferir, a 4a revolução industrial, onde se destacam a inteligência artificial, uso de robôs e máquinas inteligentes, novas metodologias de trabalho como design thinking, entre outros. É uma junção de máquinas, sistemas inteligentes e tecnologias que facilitam o nosso dia a dia e das empresas.
Pois bem! Todos esses avanços começaram pelas mãos de pessoas tidas como Loucas em sua época, e por isso quero falar com você hoje sobre a necessidade de termos novos líderes, afinal: Novos cenários, demandam novas formas de liderar, concorda?
É justamente aqui que o líder de A a Z entra em cena com novas condutas e estratégias de liderança.
Já vimos sobre a importância de desenvolver e aplicar as inteligências múltiplas Q.I (quociente da inteligência) associadas a inteligência emocional Q.E (quociente emocional), porém só isso não basta. O líder moderno deve levar em consideração tudo o que está acontecendo em termos da indústria 4.0, se manter atualizado e aplicar os benefícios desses avanços em sua forma de gestão para obter melhores resultados para sua equipe e empresa.
Desta forma, os líderes precisarão continuar se desenvolvendo, mas também terão que muitas vezes desaprender algumas coisas (crenças, hábitos e forma de gestão) para então reaprender uma nova forma de inspirar seus colaboradores, e nada melhor para isso do que sendo, quem sabe, Loucos aos olhos de alguns, mas muito evoluídos para o nosso tempo.
Ser um líder Louco, nada tem a ver com o conceito de insanidade, mas sim em adotar medidas que muitas vezes serão pioneiras na hora de guiar a equipe. Trata-se de usar abordagens, ferramentas e estratégias inusitadas, coisas que a maioria talvez não ousaria utilizar, por serem consideradas justamente Loucas.
Ao longo da história, tivemos representantes honrosos e dignos de muito reconhecimento. Mas saiba que bons líderes já tiveram uma pitada de Loucura, quer alguns exemplos?
Voltemos então ao caso do Imperador da China Zhengde, que gostava de fantasiar situações. Ele brincava de faz de contas, uma técnica bastante estranha para a sua época.
Zhengde preferia viver no mundo da fantasia do que encarar o fato de que estava à frente de um gigantesco império que deveria comandar. Ele vivenciava verdadeiramente aquilo que Bob Marley instruía: “Não leve a vida tão a sério”.
Ele chegou a construir uma cidade falsa no jardim do império, onde ele fingia ser um lojista para que pudesse experimentar como seria a vida cotidiana do seu povo.
Outro de seus devaneios foi criar um personagem, com o nome de Zhu Shou. Imagine você a situação de seus liderados tendo que fingir que não estavam falando com o imperador em pessoa, mas sim com uma pessoa comum usando uma peruca. Enfim, não importa seu jeito Louco de liderar, o fato é que ele foi um grande Imperador da China.
Outro exemplo atual é do empresário, Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos.
Ele sem dúvida alguma é um grande líder, empreendedor e artista, quer você goste ou não de assistir ao seu canal de TV.
Tive a oportunidade de visitar o SBT há alguns anos atrás e achei bastante curioso a forma como o Sr. Abravanel se dividia entre o empresário e líder, e o artista Silvio Santos.
Além da própria caracterização do artista, até sua vaga no estacionamento era diferente quando ele estava no papel do artista Silvio Santos ou na posição de Presidente, Empresário e líder deste grande grupo.
Para alguns, talvez um Louco, mas sem dúvida alguma uma pessoa brilhante, a qual admiro muito.
Mas voltando ao nosso contexto do líder de A a Z, nos artigos anteriores, mencionei a importância do líder conhecer sua identidade, capacidade e intrepidez, para poder exercer sua liderança, mas agora quero convidar-lhe a incluir uma pitada de Loucura em sua forma de gestão.
Utilize toda sua expertise e ouse fazer diferente para então fazer a diferença!
Que tal transformar seu estilo de liderança, buscar novos olhares para solução de problemas e criar equipes mais Loucas (ousadas, criativas, produtivas e livres)?
Pense nisso e até a próxima.
Abraço,
Marcelo Simonato
Executivo, Escritor, Palestrante
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