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O QUE APRENDEMOS COM A “LIDERANÇA” DE PUTIN

por | abr 1, 2022 | single-post | 0 Comentários

Sempre acreditei que podemos aprender sem precisar cometer os mesmos erros que outros já cometeram, seja em casa com nossos pais ou criadores, como também com amigos, colegas de trabalhos e líderes.

Nos últimos meses, temos acompanhado o drama da Guerra entre a Rússia contra a Ucrânia, onde dois homens se tornaram destaque no mundo: Vladimir Putin, o presidente da Rússia, e o corajoso Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, exemplos de governança completamente distintos. Enquanto, aplaudimos as condutas de Zelensky, pela coragem, pelo posicionamento e por enfrentar de frente um dos maiores desafios de sua vida, temos também o exemplo de Putin, uma gestão violenta, prepotente e egocêntrica, que deve ser evitada pelas organizações e pelos líderes.

Baseado neste acontecimento, vou tentar retratar uma visão ainda que muito restrita e míope sobre cada ação e estratégia negativa adotada pelo presidente da Rússia em termos de liderança.

  1. Exagero de autoconfiança – Para especialistas do departamento de inteligência dos Estados Unidos, como por exemplo, Mike Rogers: “O presidente russo, se excedeu e confundiu o sucesso tático com sucesso estratégico”. Apoderar-se da Geórgia sem enfrentar consequências fez com que ele acreditasse que pudesse fazer qualquer coisa em nome de uma Rússia ressurgente.

 

  1. Comunicação violenta – O conceito de comunicação não violenta de Marshal Rosenberg, intitulou de linguagem “Chacal”, toda comunicação: agressiva, que gera punição, recompensa, culpa, medo e violência. Esta é a linguagem que Putin adota para com seus vizinhos/oponentes, a mesma comunicação agressiva que utilizou (e teve êxito) em suas campanhas políticas repletas de fake News nos territórios Europeus, causando divisão na União Europeia. E apesar de Putin se mostrar autoritário, agressivo e bastante violento, todos (o público) permitiram que ele acreditasse estar em uma posição mais poderosa do que realmente estava. O excesso de confiança leva qualquer líder à ruína.  A soberba, sempre procede a queda de qualquer liderança prepotente.

 

  1. Grupo restrito e isolado – Quando um líder deseja inculcar uma ideia e convencer um grupo de pessoas a realizar determinadas ações que vão contra a ética, os valores e direitos humanos, os grupos se tornam bastante restritos e isolados. Por exemplo, quando as democracias liberais se juntaram diante a Putin, o russo foi obrigado a retornar aos dias em que lembrava ao mundo que possuía armas nucleares e que não tinha receio de usá-las. Na medida em que se tornou mais forte, o círculo de liderança de Putin ficou menor ainda, além de mais isolado, o que o fez perder enormes oportunidades de modernizar a economia da Rússia”, afirma Mike Rogers.

 

Sabemos que o autoritarismo e agressividade são contrárias a uma liderança assertiva, e notamos que Putin sempre se mostrou obstinado pelo poder. Um líder com tais características e propensão ao autoritarismo eliminam o espaço para uma gestão que promove pessoas, forma e capacita profissionais. Lideranças apoiadas no autoritarismo dificilmente sobrevivem por muito tempo.

A autora da obra Flight Lessons: Navigating Through Life’s Turbulence and Learning to Fly High” (Lições de Voo: Navegando por entre as turbulências da vida e aprendendo a voar alto), Barbara Bell, também capitã aposentada da marinha dos Estados Unidos, atualmente professora de liderança garante: “Poder sem liderança ética leva à catástrofe”.

A falta de autonomia individual para o colaborador pode minar a equipe, assim como está acontecendo com a nação russa e a Ucrânia. Quando a liberdade individual é ofuscada todos pagam o preço. Observando as notícias, as redes sociais e os canais de comunicação, vemos que o desejo do povo tem sido ignorado, mas uma liderança de sucesso não desconsidera o desejo de seu time.

Para finalizar, assim como os líderes egocêntricos, Putin tem os seus bajuladores, uma suposta torre de marfim, e conselheiros néscios. Isso nos remete a pensarmos sobre as pessoas que estão a nossa volta. Será que estamos cercados de pessoas que apenas dizem “amém” para tudo o que decidimos ou temos ao nosso lado colaboradores que sabem argumentar e divergir de opinião quando necessário? Eu costumo dizer que a responsabilidade de tomar decisões é minha, mas não as faço sem antes conversar com o time e ouvir a opinião dos mesmos, pois muitas vezes (na maioria), eles sabem mais do que eu sobre determinado assunto.

Putin se nega a ouvir as pessoas (liderados), pelo contrário! Tem reprimido ativamente as vozes e opiniões divergentes, minando a criatividade, a inteligência e principalmente as habilidades.

Será que existe alguma semelhança com as corporações e organizações em que atuamos?

Por fim, Putin age de forma independente, autoritária e agressiva. Não existe concordância ou apoio nem mesmo entre os seus líderes sêniores. Trata-se de um líder totalitário, e as previsões de inúmeros especialistas é que uma liderança neste formato não prevalece e nem dura por muito tempo no poder, mas infelizmente faz grandes estragos durante o tempo em que ali estiver.

 

Se você é um líder, que tal se examinar?

Será que a sua liderança tem sido uma gestão estilo Putin?

Está na hora de refletirmos.

 

Abraço e até a próxima!

 

Marcelo Simonato

Empresário, Escritor e Palestrante

Especialista em Liderança e Empreendedorismo

@marcelosimonato.oficial

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