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Ensinamentos sobre LIDERANÇA no BBB 22

por | maio 6, 2022 | single-post | 0 Comentários

Recentemente, terminou um dos Realitys Shows mais acompanhados pelo público brasileiro. O programa que teve início em 29 de janeiro de 2002, une competidores que ficam confinados em uma casa cenográfica, sendo vigiados por câmeras 24 horas por dia, não podendo se comunicar com seus parentes e amigos, acompanhar as notícias do mundo real ou usar de qualquer outro meio de comunicação para obter informações externas.

O Reality que junta pessoas de diferentes perfis comportamentais, raças, credos, gêneros, culturas, ideologias e personalidades, entretém os seguidores que, agora mais do que nunca, utilizam a internet para validar suas opiniões sobre o jogo, os acontecimentos, os participantes, as atitudes e comportamentos dos candidatos à 1 milhão e meio de reais.

O maior risco em participar do programa é ser cancelado ou fazer parte de uma edição flopada. Por outro lado, a maior vantagem está em obter o maior número de seguidores, ou quem sabe, ter a sorte de ganhar o programa. Para isso, se tornar o líder é o que pode garantir a chance de se manter no programa por mais tempo, e chegar até a final.

No entanto, a edição de 2022 deixou muitos seguidores insatisfeitos com o resultado final que elegeu como vencedor Arthur Aguiar, ao invés de outros participantes que demonstravam características maiores e mais evidentes de liderança, que carregavam comportamentos de empatia, serviço, parceria, ajuda mútua, incentivo, motivação, equilíbrio emocional, comunicação não violenta, espírito coletivo, sem manipulações.

Dentre eles, a cantora Naiara Azevedo, que por muitas vezes, apresentou condutas admiráveis ao passar noites cozinhando para o grupo, tendo palavras de incentivo quando notava sentimentos negativos atingindo os seus oponentes, ou quando perplexa, percebia a disputa querendo falar mais alto do que os valores éticos e morais. Naiara foi a terceira eliminada do programa.

Outro exemplo, sem igual, foi o da Coach Barbará Heck, que em uma prova de resistência passou boa parte do tempo (cerca de 12h) motivando a sua parceira de prova Laís, que pouco a pouco, ia se desmotivando e quase sucumbindo:

– Eles estão olhando para nós! Disse Laís!

– Tudo bem! Podem olhar e admirar a nossa performance. Afirmou Bárbara incentivando Laís a se mostrar inabalável diante dos concorrentes, mesmo que por dentro, estivessem um fiasco.

Eu já posso ver a prova terminando, nós ganhando… E então, a gente se abraça, chora e pula de alegria! Diz Bárbara. (Veja que ela traz esperança, visualização do objetivo final, e isso motiva a sua dupla).

Enquanto isso, Laís, fica observando os seus concorrentes, e quanto mais os analisa, mais sem forças se mostra. Mas quando é incentivada por Bá (Bárbara) a permanecer focada na meta, Laís consegue se manter calma.

Neste mesmo momento, temos então, a outra dupla que já se mostrava exausta, em especial, Luciano, que começa a gritar para extravasar sua exaustão e emoções a flor da pele. Lucas Bissoli que fazia par com Luciano, começa também, a incentivar o parceiro de prova:

– Fica firme! Se você desfocar, acabaremos derrubando as peças que estamos segurando e perdendo a prova.

-Ei! Esse prêmio é nosso! Afirma Lucas.

Sem que as duplas pudessem ouvir uns aos outros, Bá incentiva Laís, e Lucas incentiva Luciano. É nítido o equilíbrio emocional que Bá e Lucas possuem, além de um enorme instinto de liderança, pois eles mesmos precisando de motivação, encontram forças para nutrir as próprias expectativas e também as de seus parceiros de provas.

Bá começa a cantar: “Nós somos imbatíveis, pode crer”!

Neste mesmo momento, Luciano observa as concorrentes e diz: “parecem que elas estão muito bem (estão cantando) e que têm muita energia para aguentar a prova por ainda longas horas”.

O posicionamento de Bá e Laís o intimida. Ele nem imagina que Laís já está com vertigens, querendo desistir. “Morrendo por dentro, sorrindo por fora para enfraquecer e ludibriar os oponentes”, como chega a mencionar enquanto “aguenta só mais um pouco”.

O segredo de uma boa liderança está em saber controlar as suas fraquezas, perseverar e ter resiliência!

Lucas garante para Luciano que tudo não passa de enganação. Lucas tem visão de liderança, e sabe reconhecer os blefes da oposição, por isso, outra vez motiva Luciano a continuar focado. Dizendo: “Foca aqui!”.

Bá, pela linguagem do corpo dos oponentes de prova, nota que a dupla está se desentendendo em alguns momentos. Bá sabe que uma “equipe dividida não subsiste”. Ela gosta da discórdia, pois percebe que assim, fica mais fácil ganhar.

Todo líder inteligente trabalha para manter a equipe unida e em harmonia, tendo a certeza de que “a desunião não gera força” para atingir as metas.

Bá continua dizendo para Laís: Força! Força! Força!

Enquanto Lucas repete para Luciano: Empurra! Empurra! (Referindo-se às caixas que não poderiam deixar cair).

Duas horas depois, ambas as duplas continuam aguentando firme, mas Luciano chega em seu limite e começa a chorar de dor:

– A minha mãe disse antes de eu sair: “filho aproveita as oportunidades. Faz por merecer!”. Mas eu não estou conseguindo mais.

– Não fica assim! Se você chegou em seu limite, não tem o que fazer! Diz Lucas.

– Luciano, você vai ficar mal se você desistir? Questiona Lucas.

– Sim! Muito! Responde Luciano.

Neste momento do diálogo, Lucas “joga as caixas ao chão”, e desiste da prova. Que ato altruísta!

Para evitar a dor no outro, Lucas teve uma conduta de completa empatia, humanitarismo e solidariedade. Lucas solta as caixas (corta a corda emocional, toma uma atitude racional) para que Luciano não precisasse fazer isso, e se sentir envergonhado.

Eis um dos exemplos mais límpidos e belos de um líder: “proteger a sua equipe, entender os seus limites, tomar a responsabilidade para si, e controlar a situação de forma positiva, ainda que os resultados não tenham sido os previstos”.

Bá e Laís comemoram!

Laís corre para abraçar os oponentes, mas Bá a puxa e diz: “Não! Primeiro abrace a mim, que sou a sua parceira de prova!”.

Laís retorna, abraça Bá, e em seguida, acolhe os meninos. Vemos aqui, um grande exemplo de valorização. Quando Bá coordena quem Laís deve abraçar primeiro, em outras palavras, está ensinando para a equipe a valorizar o líder, que gastou tempo e energia motivando e sustentando o time. Uma lição para nunca mais se esquecer. O líder raiz, ensina por meio de condutas o papel de cada membro.

Nesta prova em especial, conseguimos tirar inúmeras lições de como um verdadeiro líder pensa, comporta-se, e quais são os seus instintos naturais evidentes.

Será que você é um líder que “diminui” para que a sua equipe cresça?

Será que você é capaz de renunciar para dar lugar a outras pessoas, que por vezes, sequer irá te agradecer em primeiro lugar?

Será que você é capaz de perder para o outro ganhar? Eis o modelo de líder que insisto em estabelecer em minhas palestras, consultorias, literatura e etc.

O programa teve fim semanas atrás. Bá e Laís foram eliminadas no decorrer do programa. Assim como todos os demais participantes, exceto Arthur Aguiar (que foi o campeão, segundo o público).

Douglas Silva, Paulo André, Pedro Scooby, Eliezer, junto com o campeão formaram o TOP 5, que semana após semana, foram saindo.

Em um dos válidos discursos do apresentador Tadeu Shimidt, ao dar a notícia que o próximo a ser eliminado seria o grande surfista Pedro Scooby, um indivíduo à frente de sua geração, positivista, amigo, leal, desencanado com a ideia de “vencer a todo momento”, um indivíduo “pra frente”, otimista e que sempre deu o lugar de honra para os seus amigos, inspirou o apresentador:

Você não é o campeão do BBB, mas é o campeão da vida!”.

“Uma pessoa que nos concedeu muitos ensinamentos de como sermos melhores para o mundo”.

“Você pensa, torce e vibra genuinamente, sem interesses próprios, sem querer ter sempre razão. Um cara que se importa com o outro, que quer ouvir a história de seu próximo verdadeiramente”.

“Será que somos nós os competitivos errados? Que coloca as próprias necessidades acima de qualquer valor e ética?”.

“Podem até dizer que Pedro Scooby não é competitivo, não joga nada, ou que não tem ambição, mas Pedro Scooby é um dos seres humanos mais incríveis que já passaram por este Reality Show!

Scooby de fato é um exemplo de liderança desapegada, motivadora, e que por várias vezes, deixa-se perder para o outro ganhar. Encontramos nele, um formato de liderança extraordinária, de efeito, que impulsiona as pessoas ao seu redor, que visa muito mais do que apenas vencer, mas sim, SER E REALIZAR a sua própria MISSÃO DE VIDA: ser luz, farol e suporte para o próximo, estimulando nas pessoas o que elas têm de melhor, ou seja, talentos, habilidades, dons, competências e resiliências, que talvez, a maioria sequer imagina possuir.

Pedro Scooby, Naiara Azevedo, Lucas Bissoli e Bárbara Heck, são exemplos liderança legítima. Embora não tenham sido os vencedores do programa, nem levado o título de campeões, de fato, os são em todos os sentidos. Assim também acontece na rotina corporativa, nem sempre os líderes verdadeiros e mais altruístas ocupam os cargos que merecem, e nem são reconhecidos pelo público, pela massa, mas eles SÃO LÍDERES FANTÁSTICOS. Modelos que devemos seguir.

Será que a sua liderança, ou a gestão de sua organização tem tais princípios? É genuíno, é de verdade? Ou tudo não passa de ego, vaidade e popularidade?

É de se pensar, não é mesmo?

Será que os líderes que têm oportunidades em sua empresa são só os ambiciosos, os competitivos e os mais famosos por suas riquezas, belezas e eloquências? Será que eles têm realmente instintos de liderança?

Para finalizar, reflita na frase de impacto que o surfista Scooby disse várias vezes enquanto ainda estava participando do programa: “A vida é sobre isso? Ganhar! Ganhar! Ganhar! E os outros perderem?”

E aí? O que você me diz?

Abraço e até a próxima!

Marcelo Simonato

Empresário, Escritor e Palestrante

Especialista em Liderança e Empreendedorismo

@marcelosimonato.oficial

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